27.12.08

Somos o sal da terra?

Matheus 5:13 Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.

Após o sermão das bem aventuranças Cristo diz que somos o sal da terra e, chama-nos sal da terra, porque quer que façamos na terra o que faz o sal.
Os orientais têm por costume ratificar as suas promessas por meio de presentes de sal. O sal é o emblema da preservação, e por isso o é também da constância e da fidelidade - é uma sagrada garantia de hospitalidade, que nunca aquela gente se atrevia a quebrar, preferindo dar guarida a criminosos a ter de entregá-los à justiça, logo que eles tenham comido do seu sal. Toda a oferta de manjares devia ser salgada com sal (Lv 2.13), foi estabelecida a ‘aliança perpétua de sal’ entre Deus e o Seu povo (Nm 18.19 ).
Em Mt 5.13 existe uma referência direta as qualidades de dar sabor e de preservar as coisas, portanto Cristo quer que preservemos as coisas, que preservemos a terra para que esta não apodreça, não se corrompa.
Mas porque a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm “ofício de sal”, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção?
Será porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar?
Será porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, não querem receber a verdadeira doutrina?
Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou
porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem.
O sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites.
Supondo, que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar; que se há-de fazer a este sal e que se há-de fazer a esta terra?
O que se há-de fazer ao sal que não salga, Cristo o disse logo: ... ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.
Se o sal perde a substância e a virtude, ou seja se ao pregador faltar à doutrina e o exemplo, o que se lhe há de fazer?
É lançá-lo fora como inútil para que seja pisado de todos.

3.12.08

Meus erros

GN 3

9 E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?
10 E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.
11E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?
12Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.
13E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.

Ao perguntar a Adão se havia O desobedecido Deus já sabia da resposta, Deus é onipresente, onisciente, onividente...
Porém, ainda assim Deus perguntou a Adão, que fugiu de sua responsabilidade - como se a "culpa" fosse de Deus se fosse hoje Adão diria
"Olha essa mulher que você me arrumou que me deu a fruta", como se este houvesse sido enganado.
Eva seguiu pelo mesmo caminho - olha a culpa é da serpente que me enganou.
As "justificativas" de Adão e Eva não fiseram com que Deus poupasse-os do "castigo" foram expulsos do paraíso e tornaram-se mortais, além de se afastarem de Deus pela desobediência.
Não houve por parte de adão e Eva arrependimento ou perrdão, eles não imaginaram em desculper-se ou mesmo assumir suas respectivas culpas,
preocuparam-se em tentar explicar porque haviam errado.

Ainda hoje fazemos a mesma coisa, quando ocorre um acidente de transito a culpa sempre é do outro; Quando o homem ou a mulher traem é porque
a "carne é fraca"; quando mentimos é para "poupar o sofrimento do outro"; quando agredimos nossos filhos é porque foram "mal criados";
quando agredimos nossas esposas é porque perdemos a calma (isso quando não disemos "ela fez por merecer")...

Temos uma confusa e estranha habilidade de justificar ou "explicar" nossos erros em uma tentativa de amenizar os resultados.

Nós pecamos e erramos porque somos fracos, somos pecadores, e disso Deus já sabe.

Porém quando simplesmente assumimos nosso erro Deus mostra a sua misericordia em sua maior plenitude.

Talvez se Adão simplesmente respondesse a Deus: "Pai pequei contra ti perdoa-me" nossa história hoje seria outra.

Vejamos o exemplo do filho Prodigo:


Lc 15 - 11:31

"Disse Jesus: Um homem tinha dois filhos. O mais moço disse a seu pai: Meu pai, dá-me a parte do patrimônio que me toca. O pai então repartiu entre eles os haveres. Poucos dias depois ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou sua herança vivendo dissolutamente. Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome: e ele começou a passar penúria. Foi pôr-se a serviço de um dos senhores daquela região, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Entrando então em si e refletiu: <>. Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu, e, movido pela misericórdia, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. O filho lhe disse então: <>. Mas o pai disse aos servos: <>. E começaram a festa...

O filho pródigo não pensou em ir ao pai e justificar seu erro, ou diser-lhe: Pai eu sou moço, fui influenciado por meus amigos, ou coisa parecida, ele decidiu-se a assumir que havia pecado contra o pai e contra os céus.


O filho sequer chegou a pedir perdão para o pai ele ainda estava longe quando o pai o viu e foi movido pela misericórdia

Como em toda a parabola a parabola do filho prodigo é um simbologismo utilizado por Cristo para nos ensinar em poucas palavras milhares de coisas, neste caso o filho prodigo representa nós mesmos, nossos pecados, nosso afastamento do Pai.
O Pai representa o proprio Deus - o pai foi ao encontro do filho antes que o filho lhe dissesse qualquer coisa porque já sabia do arrependimento, já sabia
que o filho havia simplesmente assumido seu erro - afinal Deus é onipotente, onisciente e onividente.

É hora de aprendermos a simplesmente assumir, a diser Pai perdoa-me porque pequei contra ti, de forma sincera e verdadeira, sem querer minimizar ou
justificar para experimentar-mos a graça e a misericordia de Deus de uma forma sobrenatural.

Por vezes, pensamos em orar, e, no próprio ato de pensar o que iremos dizer a Deus na oração, considera que é filho e que, como tal, tem direito a reivindicar a misericórdia do Pai. E diz de si para si: "Direi a meu Deus isto e aquilo; e dizendo isto, chorando, talvez eu seja atendido pelo meu Deus".

Esta é provavelmente a mais sincera e verdadeira oração, Deus já o está atendendo quando pensamos estas coisas; e mesmo antes, quando as cogitamos, pois mesmo o pensamento não está oculto ao olhar de Deus. Quando decidimos orar, Deus antes de começarmos a oração já sabe.

(OBS.: Não imagine que menospreso ou quero diser aqui que não oremos, pelo contrário, a oração mais sincera é aquela em que não medimos palavras, quando ainda estamos pensando no que diser.)

"Eu disse: confessarei minha iniqüidade ao Senhor" (Sl 32,5). É ainda algo interior, um mero projeto de confisão, contudo, acrescenta imediatamente: "E tu já perdoaste a impiedade de meu coração" (Sl 32,5).

Quão próxima está a misericórdia de Deus quando assumimos nossos erros e os confessamos!

Não, Deus não está longe de quem tem um coração contrito, como está escrito: "Deus está próximo dos que trituram seu coração" (Sl 34,19).



"DEUS MEU CORAÇÃO ESTA CONTRITO, ESTOU ABSORTO E PERDIDO, SEM SABER O CAMINHO A SEGUIR, AS TRIBULAÇÕES AUMENTAM A CADA SUSPIRO - PERDOA-ME PORQUE PEQUEI CONTRA TI, TENDE MISERICÓRDIA DA MINHA VIDA."