31.8.11

Aprendendo nas pequenas coisas

Por ordem da minha esposa, quem é casado sabe que todo marido é obediente, fui a uma loja de departamentos para comprar uma sunga e uma toca para natação (não vou falar o nome da loja porque não ganho para fazer propaganda para a loja *rsrs).


Antes de comprar o que fui comprar dei uma passeada pela loja pra ver se encontrava algo que eu não preciso e não tenho dinheiro para comprar, mas mesmo assim compro, não sei porque todos somos um pouco assim né...

Mas o objetivo deste texto não é debater nosso desejo consumista, portanto vamos em frente.

Encontrei um menino aos berros chorando como se tivesse perdido um braço, o pai ao lado, agachado, falando ao seu ouvido:

“Filho coloca esse brinquedo no carrinho.”

O menino atendeu prontamente, Deu um sorriso e as lágrimas secaram, como se por milagre o braço tivesse sido colocado no lugar, e falou um estrondoso: “OBRIGADO PAIZÃO”.

O pai um pouco constrangido observou o sorriso e a felicidade do garoto e lhe disse: “Feliz assim só por conta de um brinquedo? Quer dizer que se eu não comprar eu não sou mais paizão?”

E emendou, para total tristeza do menino: “ Eu disse para você colocar no carrinho para conversarmos, não disse que ia comprar, temos que falar com a mamãe primeiro.”

E novamente aquele choro de braço arrancado...

Bom não sei qual é o fim da história deste menino, não sei se o pai comprou ou não o brinquedo, mas também sou pai e entendo a decepção dele ao ver que o filho o valorizou não por aquilo que ele é, mas por aquilo que ele podia lhe dar.

Deus tem uma forma estranha de falar conosco, de nos ensinar... Na imagem de decepção daquele pai aprendi que Deus se decepciona conosco quando somos mimados.
Pedimos, pedimos, pedimos e se não ganhamos, ou não ganhamos o que queremos fazemos como o menino mimado, choramos, eu quero, eu preciso, eu mereço...

Será que amamos Deus pelo que Ele é, ou pelo que Ele pode nos dar.

Que hoje seja um dia para agradecermos a Deus pelo que Ele nos deu, nos dá, e também pelo não, pois se Deus é mais sábio que nós Ele sabe o que é melhor e quando é melhor para nós. Vamos agradecer Deus pelo que Ele é: Pai; Criador; Senhor...

Hoje as palavras de Jó (JO 2:10) fazem mais sentido para mim:

receberemos de Deus o bem, e não receberemos o mal?
 
Não que Deus faça mal, mas algumas coisas podem nos parecer mal no momento, assim como o menino mimado nosso egocentrismo não nos permite ver além, perceber que o AMOR é de um pai é maior que tudo o que ele pode nos dar, e que Deus é Amor

15.4.11

Os que te chamam bendito te crucificarão

Como judeu Jesus sabia que tinha a obrigação de seguir para Jerusalém para celebrar a festa máxima de seu povo. Sabia também que aquela pascoa seria diferente - para Ele e para toda a humanidade - já tramavam a forma de prendê-lo e matá-lo.



O Filho de Deus sabia das conseqüências de Sua missão, sabia que havia incomodado e sabia que iria ser entregue e morto, mas estava decidido a nos salvar.



A entrada de Jesus em Jerusalém me choca pela contradição: o povo aclama Jesus como rei. Ele é saudado com ramos de palmeiras, tirados das árvores do caminho. O povo que o saúda reconhece: ele é Bendito, porque veio em nome do Senhor.

O povo ao vê-lo entrar na cidade, reconhece que o Mestre é o Filho de Deus.

Esta manifestação popular, conhecida como domingo de ramos, me faz pensar como Jesus se sentiu, pois Ele sabia que os mesmos que o aclamavam logo depois o condenaram. Os mesmos braços que balançavam folhas de palmeiras, as mesmas bocas que gritavam “REI”, alguns dias depois socavam o ar gritando crucifiquem...



São as contradições inerentes à alma humana, que da mesma forma que constrói um ídolo, o mata. Se olharmos a história da humanidade, sobretudo ao sabor de nossos dias, veremos que continuamente elevamos e destruímos ídolos e celebridades.

Infelizmente também com Cristo e Sua Igreja fazemos isso, quantas vezes somos capazes de nos proclamar cristãos, seguidores de Jesus, e não defender Sua Igreja, ou – pior – não agir conforme seus ensinamentos? É assim: continuamos a louvá-Lo quando nos interessa e a crucificá-Lo quando já não nos convém.

12.4.11

Justiça?

Após a chacina de Realengo nossos corações ficaram mais amargos, procuramos  respostas, motivos,  porquês e não os encontramos, nenhuma teoria nos sacia.
 A tragédia ocorrida nos tem um gosto mais amargo porque não vemos  possibilidade de alcançar justiça para as vitimas. Não podemos nos vingar, prender, matar ou linchar o responsável, afinal ele se matou.
Algumas coisas me incomodam na cobertura da impressa e nas opiniões de entendidos no assunto.
Imagino como se sentem as famílias das vitimas das chacinas da candelária e de vigário geral quando apresentam como se a tragédia de Realengo fosse a primeira vez que esse tipo de atrocidade nos acontecesse. Nossa cede de justiça é bem menor nesses casos, que aconteceram a mais de uma década e ninguém até o momento foi preso.  Não quero aqui de forma alguma minimizar o ocorrido em Realengo, que toma proporções maiores ainda por acontecer dentro de uma escola, lugar que nossos filhos deveriam estar mais seguros  que em qualquer outro lugar, só não concordo em “fazer de conta” que as outras não ocorreram.
Insinuam ainda que o assassino tenha alguma relação com o islamismo, e fazem do islam sinônimo de terrorismo, imagino quem será mais louco e irresponsável o assassino ou quem apregoa o inicio de um ódio religioso que, felizmente, ainda não vivemos.
O assassino não tinha nenhuma religião, qualquer um que ler a carta verá que ele mistura de tudo um pouco, ele estava desorientado e perdido, não seguia nenhuma religião, não era cristão, muçulmano, testemunha de Jeová ou qualquer outra coisa, era simplesmente mal.
Não saber a resposta é o que move o mundo, porque é o que mais nos incomoda, não saber o porquê o assassino fez o que fez nos enlouquece, nos perturba.  Mas teremos que nos acostumar ao fato de não termos respostas a tudo e que o homem que matou dezenas de crianças em Realengo, assim como os que cometeram a chacina de vigário geral e da candelária são loucos, têm a maldade em seus corações.
Não adianta querermos achar culpados para punir,  nenhum linchamento ou prisão trará às vitimas justiça, pelo simples fato que apenas Deus poderá, e fará, justiça nestes casos.
"A mim pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor" Romanos 12:19


Em tempo: Se você não se lembra das chacinas de vigário geral e candelária procura no google... e lembre-se amanhã

8.3.11

Como falar com Deus

O terceiro capitulo do primeiro livro de Samuel nos relata a primeira experiência pessoal de Samuel com Deus (1Samel 3: 1-9). Samuel era um menino que conhecia bem os rituais e toda estrutura dos cultos, provavelmente conhecia bem as escrituras pois ajudava Eli no templo, uma espécie de aprendiz da antiguidade.
Duas coisas me chamam a atenção no texto: primeiro que Samuel era um menino e a segunda que vivia em um tempo em que poucas mensagens vinham do SENHOR, e as visões também eram muito raras.
Porque Deus escolheria um menino em um período extremamente complicado na relação entre Deus e seu povo?
Bom os evangelhos nos ensinam que para alcançar o Reino temos que ser como as crianças e que delas é o Reino, alguns estudiosos dizem que temos que ser como as crianças: inocentes, sem maldade...
Acredito que quando Deus se refere a sermos como crianças ele está falando da fé das crianças, na facilidade em acreditar no inacreditável.
Os pequeninos tem facilidade em acreditar, se Jesus descer pessoalmente em uma igreja provavelmente os adultos vão ficar em choque, já para as crianças vai parecer quase que natural. Isso ocorre provavelmente porque as crianças ainda não tem claro o senso comum de que isso ou aquilo é impossível de ocorrer, no mundo delas tudo é possível.
Partindo destes pensamentos imagino que se queremos falar com Deus temos que ser como Samuel: "aprendizes" (ou trabalhadores) no templo, conhecedores das escrituras e dos rituais e da estrutura de igreja  e principalmente acreditar, afinal fé é a certeza do que não se vê.
Ah, e, claro, estar disposto a ouvir, muito  mais do que falar, afinal temos dois ouvidos e uma boca, mas ainda assim, insistimos muito mais em pedir, em falar, em reclamar,  do que ouvir.



"Deus se fez homem para salvar o homem de Sua ira"