Devemos acreditar na Bíblia?
Primeiro
quero começar esta conversa esclarecendo que não quero convencer ninguém de
nada, sou cristão e creio que apenas o Espirito Santo de Deus pode convencê-lo.
No
inicio da minha conversão tive dificuldades de aceitar o que estava escrito na
Bíblia, sempre tinha a considerado um livro de ficção, uma história escrita
para enganar o povo. Sempre gostei muito de parafrasear Marx: “A religião é o
opio do povo.”
Durante
a faculdade sempre aprendi que a bíblia sequer servia como referencia histórica
e que qualquer pessoa com o mínimo conhecimento sequer abriria este livro[i].
Perguntas
como: Será que a Bíblia é real? Ela trás mesmo a Palavra de Deus? Posso confiar
que o que esta escrito não foi alterado ou modificado com o passar dos anos?
Posso crer que a Bíblia foi preservada como documento histórico?
A
maioria dos pastores sempre me respondeu a estas perguntas com dois tipos de
resposta: Creia, o Espirito Santo de Deus testifica ao seu coração que a Bíblia
é real. Ou está escrito na Bíblia...
Bom
dizer que algo é verdade porque esta escrito na Bíblia para um cara que tem
duvidas se pode-se confiar nela é no mínimo estranho... Quando ao “testemunho
do Espirito Santo” ao meu coração... Bem também me diziam que Deus é certeza
como eu tinha duvidas então quase acreditei que o Espirito Santo dizia que eu
não podia confiar na bíblia e sim no meu coração... (não precisa orar para o
demônio sair do meu corpo, hoje sei que a Bíblia é a palavra de Deus).
No
meu caso que sou apaixonado por história resolvi pesquisar e estudar neste
campo, com autores e historiadores não cristãos e livros cristão que tratavam
sobre o assunto. Esta atitude fez com que minha razão e meu coração caminhassem
junto, aumento a minha fé.
Espero,
sinceramente oro, para que este texto o ajude a escolher assim como me ajudou.
Vejamos o que dizem os autores não cristão
sobre a vida de Jesus.
Flávio Josefo (c. 37-100 d.C.)
foi o maior historiador judeu de sua época. Josefo começou a escrever
documentos históricos em Roma, enquanto trabalhava como historiador do imperador
romano Domiciano. Foi ali que escreveu sua autobiografia e duas obras
históricas importantes. Uma dessas obras é sua atualmente famosa Antiguidades
dos judeus [publicada em português pela CPAD], concluída por volta do ano 93.
No livro 18, capítulo 3, seção 3 dessa obra, Josefo, que não era cristão,
escreveu estas palavras:
Nessa época [a época de Pilatos], havia um
homem sábio chamado Jesus. Sua conduta era boa e [ele] era conhecido por ser
virtuoso. Muitos judeus e de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos
condenou-o à crucificação e à morte. Mas aqueles que se tornaram seus
discípulos não abandonaram seu discipulado, antes relataram que Jesus havia
reaparecido três dias depois de sua crucificação e que estava vivo; por causa
disso, ele talvez fosse o Messias, sobre quem os profetas contaram maravilhas. Essa
não foi a única menção feita a Jesus por Josefo. Em outra passagem das
Antiguidades dos judeus, Josefo revelou de que maneira o novo sumo sacerdote dos
judeus (Ananus, o jovem) valeu-se de um hiato no governo romano para matar Tiago,
o irmão de Jesus. Isso aconteceu no ano 62, quando o imperador romano Festo
estava morto, e Albino estava a caminho.
Assim, ele [Ananus, o sumo sacerdote] reuniu o Sinédrio dos juízes e trouxe
diante deles o irmão de Jesus, que era chamado Cristo, cujo nome era Tiago, e
alguns outros [ou alguns de seus companheiros] e, quando havia formulado uma
acusação contra eles como transgressores da lei, ele os entregou para que
fossem apedrejados.
Além
de Josefo existem outros 10 escritores não cristãos que citam Jesus em suas
obras, estes escritores são: Josefo; Tácito, historiador romano; Plínio, o
Jovem, político romano; Flegon, escravo liberto que escrevia histórias; Talo,
historiador do século I; Suetônio, historiador romano; Luciano, satirista
grego; Celso, filósofo romano; Mara bar Serapion, cidadão reservado que
escrevia para seu filho; e o Talmude.
Reunindo todas as dez referências
não-cristãs, vemos que:
1.Jesus viveu durante o tempo de
Tibério César.
2.Ele viveu uma vida virtuosa.
3.Realizou maravilhas.
4.Teve um irmão chamado Tiago.
5.Foi aclamado como Messias.
6.Foi crucificado a mando de
Pôncio Pilatos.
7.Foi crucificado na véspera da
Páscoa judaica.
8.Trevas e um terremoto
aconteceram quando ele morreu.
9.Seus discípulos acreditavam que
ele ressuscitara dos mortos.
10.Seus discípulos estavam
dispostos a morrer por sua crença.
11.O cristianismo espalhou-se
rapidamente, chegando até Roma.
12.Seus discípulos negavam os
deuses romanos e adoravam Jesus como Deus.
O
que isso nos fala sobre o NT? Diante de tal fato, as fontes não-cristãs
confirmam o NT. Embora os autores não-cristãos não digam que acreditam na
ressurreição de Jesus, eles relatam que os discípulos certamente acreditavam
nela.
Para
verificar se o NT é um registro fidedigno da história, precisamos responder a
duas perguntas em relação aos documentos que compõem o NT:
1.Temos cópias precisas dos
documentos originais que foram escritos no século I?
2.Esses documentos falam a
verdade?
Para que se possa acreditar na
mensagem do NT, essas duas perguntas precisam ser respondidas de maneira
afirmativa. Não basta simplesmente apresentar evidências de que possuímos
cópias precisas dos documentos originais do século I (pergunta 1), porque tais
documentos poderiam contar mentiras.
Devemos ter uma cópia precisa dos
documentos e termos razões para acreditar que esses documentos descrevem aquilo
que realmente aconteceu cerca de 2 mil anos atrás (pergunta 2). Vamos começar
com a pergunta número 1.
PERGUNTA 1: TEMOS CÓPIAS PRECISAS?
No
caso do Novo Testamento várias pessoas testemunharam acontecimentos do NT de
modo independente, muitas das quais os registraram em sua memória, e nove
dessas testemunhas oculares/contemporâneas registraram suas observações por escrito.
Neste
momento, precisamos esclarecer um conceito errado muito comum sobre o NT.
Quando falamos dos documentos do NT, não estamos falando de um único texto, mas
de 27 textos. Os documentos do NT são 27 documentos diferentes, escritos em 27
rolos diferentes, por nove autores, num período de 20 a 50 anos. Esses textos
específicos desde então foram reunidos em um único livro que hoje chamamos
Bíblia. Desse modo, o NT não é uma fonte única, mas uma coleção de fontes.
Como
se verifica a confiabilidade de um documento antigo? Toda literatura
significativa do mundo antigo é reconstituída à sua forma original ao se
comparar os manuscritos que sobreviveram. Para reconstruir-se o original, é
muito útil termos um grande número de manuscritos produzidos não muito tempo
depois do original. Maior quantidade de manuscritos e manuscritos antigos
normalmente nos dão um testemunho mais confiável e geram condições para uma
reconstrução mais precisa.
No caso do NT, os documentos do NT possuem mais
manuscritos, manuscritos mais antigos e manuscritos mais abundantemente
apoiados do que as dez melhores peças da literatura clássica combinadas.
Mais
manuscritos. De acordo com a última contagem, existem cerca de 5.700
manuscritos gregos do NT escritos à mão. Além disso, existem mais de 9 mil
manuscritos em outras línguas (e.g., siríaco, copta, latim, árabe). Alguns
desses quase 15 mil manuscritos são bíblias completas, outros são livros ou
páginas, e somente alguns são apenas fragmentos. Não existe nada no mundo antigo
que sequer se aproxime disso em termos de apoio a manuscritos. A obra mais
próxima é a llíada, de Homero, com 643 manuscritos. A maioria das outras obras
antigas sobrevive com pouco mais de uma dúzia de manuscritos
O NT não apenas desfruta de um amplo apoio dos
manuscritos, como também possui manuscritos que foram escritos logo depois dos
originais.
Os
fragmentos mais antigos foram encontrados numa caverna que, anteriormente, fora
identificada como uma que possuía material cuja datação variava de 50 a.C. a 50
d.C. O primeiro estudioso a identificar esses fragmentos antigos como livros do
NT foi José O'Callahan, um destacado paleógrafo espanhol. O New York Times reconheceu
as implicações da teoria de O'Callahan ao admitir que, se eles fossem verdadeiros,
"então provariam que pelo menos um dos evangelhos — o de S. Marcos — foi
escrito apenas alguns anos depois da morte de Jesus".
Qual
é a idade do mais antigo manuscrito de um livro completo do NT? Manuscritos que
formam livros inteiros do NT sobreviveram a partir do ano 200 d.C. E quanto aos
mais antigos manuscritos do NT completo? A maioria dos manuscritos do NT,
incluindo os quatro evangelhos, sobrevive desde o ano 250, e um manuscrito do
NT (incluindo um Antigo Testamento em grego), chamado Códice Vaticano,
sobrevive desde o ano 325. Vários outros manuscritos completos sobrevivem desde
aquele século. Esses manuscritos possuem ortografia e pontuação características
que sugerem ser parte de uma família de manuscritos que pode ter sua origem
entre 100 e 150 d.C.
Se esses numerosos e antigos
manuscritos fossem tudo o que os estudiosos possuíssem, poderiam reconstruir o
NT original com grande precisão. Mas eles também possuem abundantes evidências
de apoio do mundo antigo que fazem a reconstituição do NT ser ainda mais
precisa.
Grande quantidade de manuscritos
de apoio. Começando em fevereiro do ano 303 d.C., o imperador romano
Diocleciano promulgou três editos de perseguição aos cristãos porque acreditava
que a existência do cristianismo estava rompendo a aliança entre Roma e seus
deuses. Os editos pediam a destruição das igrejas, dos manuscritos e de livros,
assim como a morte dos cristãos.
Centenas,
se não milhares, de manuscritos foram destruídos por todo o Império Romano
durante essa perseguição, que durou até o ano 311. Mas mesmo que Diocleciano
tivesse sido bem-sucedido em varrer da face da Terra todos os manuscritos
bíblicos, ele não poderia ter destruído nossa capacidade de reconstruir o NT.
Por quê? Porque os pais da igreja primitiva — homens dos séculos II e III como Justino Mártir, Ireneu, Clemente de
Alexandria, Orígenes, Tertuliano e outros — fizeram tantas citações do NT
(36.289 vezes, para ser exato) que todos os versículos do NT, com exceção de
apenas 11, poderiam ser reconstituídos simplesmente de suas citações.
Para
encerrar o texto que já ficou extenso demais para tempos de twitter de 140 caracteres quero propor uma reflexão:
Porque
os apóstolos de Cristo morreriam por uma mentira? A tradição nos relata que
Pedro foi crucificado de cabeça para baixo; Paulo decapitado; Tiago – irmão de
Jesus – torturado, Estevão apedrejado, porque se negaram a negar Cristo.
Como
9 autores diferentes (falando apenas do NT) em 27 livros escritos num período de
cerca de cerca de 50 anos dariam um jeito para arranjar os escritos em
sincronismo?
Após
a ressureição de Cristo ele foi visto 18 vezes, em uma única aparição por mais
de 500 pessoas, alguns chamam isso de ilusão coletiva, você acha que acreditar
que mais de 500 pessoas tiveram a mesma ilusão ao mesmo tempo é mais racional
do que Cristo ter ressuscitado dos mortos?
Realmente
a ressureição de Cristo não faz sentido a nossa razão; como não faz sentido alimentar
uma multidão com dois peixes e cinco pães; como não faz sentido andar sobre as águas;
a própria vida DELE não nos faz sentido quando pensamos com a razão, por isso
tenho fé.
C.S
Lewis no livro Cristianismo puro e simples escreveu:
Cristo afirma ser "humilde e
manso", e acreditamos nele, sem nos dar conta de que, se ele fosse somente
um homem, a humildade e a mansidão seriam as últimas qualidades que poderíamos
atribuir a alguns de seus ditos.
Estou tentando impedir que alguém repita a
rematada tolice dita por muitos a seu respeito: "Estou disposto a aceitar
Jesus como um grande mestre da moral, mas não aceito a sua afirmação de ser
Deus." Essa é a única coisa que não devemos dizer. Um homem que fosse
somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande
mestre da moral. Seria um lunático - no mesmo grau de alguém que pretendesse
ser um ovo cozido — ou então o diabo em pessoa. Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não
passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser um louco,
pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou pode prosternar-se a seus pés
e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas que ninguém venha, com paternal
condescendência, dizer que ele não passava de um grande mestre humano. Ele não
nos deixou essa opção, e não quis deixá-la.
Faça
sua opção, Ele optou por você.
[i]
Abro um parêntese aqui para dizer que creio que isto acontece por conta do
período conhecido como cristandade em que a igreja dominou o mundo e lhe impôs
regras, o principal alvo do controle da igreja foi justamente a “academia”,
nenhum cientista poderia declarar nada contrario aos dogmas da igreja sem
correr o grave risco de ser assassinado como bruxo. Com a “libertação” da
sociedade deste período com as revoluções (em especial a francesa) a academia
resolveu dar o troco e demonizar a igreja.
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