4.2.13


Devemos  acreditar na Bíblia?

Primeiro quero começar esta conversa esclarecendo que não quero convencer ninguém de nada, sou cristão e creio que apenas o Espirito Santo de Deus pode convencê-lo.
                               No inicio da minha conversão tive dificuldades de aceitar o que estava escrito na Bíblia, sempre tinha a considerado um livro de ficção, uma história escrita para enganar o povo. Sempre gostei muito de parafrasear Marx: “A religião é o opio do povo.”
                               Durante a faculdade sempre aprendi que a bíblia sequer servia como referencia histórica e que qualquer pessoa com o mínimo conhecimento sequer abriria este livro[i].
                               Perguntas como: Será que a Bíblia é real? Ela trás mesmo a Palavra de Deus? Posso confiar que o que esta escrito não foi alterado ou modificado com o passar dos anos? Posso crer que a Bíblia foi preservada como documento histórico?
                               A maioria dos pastores sempre me respondeu a estas perguntas com dois tipos de resposta: Creia, o Espirito Santo de Deus testifica ao seu coração que a Bíblia é real. Ou está escrito na Bíblia...
                               Bom dizer que algo é verdade porque esta escrito na Bíblia para um cara que tem duvidas se pode-se confiar nela é no mínimo estranho... Quando ao “testemunho do Espirito Santo” ao meu coração... Bem também me diziam que Deus é certeza como eu tinha duvidas então quase acreditei que o Espirito Santo dizia que eu não podia confiar na bíblia e sim no meu coração... (não precisa orar para o demônio sair do meu corpo, hoje sei que a Bíblia é a palavra de Deus).
                               No meu caso que sou apaixonado por história resolvi pesquisar e estudar neste campo, com autores e historiadores não cristãos e livros cristão que tratavam sobre o assunto. Esta atitude fez com que minha razão e meu coração caminhassem junto, aumento a minha fé.
                               Espero, sinceramente oro, para que este texto o ajude a escolher assim como me ajudou.
                               Vejamos o que dizem os autores não cristão sobre a vida de Jesus.
Flávio Josefo (c. 37-100 d.C.) foi o maior historiador judeu de sua época. Josefo começou a escrever documentos históricos em Roma, enquanto trabalhava como historiador do imperador romano Domiciano. Foi ali que escreveu sua autobiografia e duas obras históricas importantes. Uma dessas obras é sua atualmente famosa Antiguidades dos judeus [publicada em português pela CPAD], concluída por volta do ano 93. No livro 18, capítulo 3, seção 3 dessa obra, Josefo, que não era cristão, escreveu estas palavras:
Nessa época [a época de Pilatos], havia um homem sábio chamado Jesus. Sua conduta era boa e [ele] era conhecido por ser virtuoso. Muitos judeus e de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos condenou-o à crucificação e à morte. Mas aqueles que se tornaram seus discípulos não abandonaram seu discipulado, antes relataram que Jesus havia reaparecido três dias depois de sua crucificação e que estava vivo; por causa disso, ele talvez fosse o Messias, sobre quem os profetas contaram maravilhas. Essa não foi a única menção feita a Jesus por Josefo. Em outra passagem das Antiguidades dos judeus, Josefo revelou de que maneira o novo sumo sacerdote dos judeus (Ananus, o jovem) valeu-se de um hiato no governo romano para matar Tiago, o irmão de Jesus. Isso aconteceu no ano 62, quando o imperador romano Festo estava morto, e Albino estava  a caminho. Assim, ele [Ananus, o sumo sacerdote] reuniu o Sinédrio dos juízes e trouxe diante deles o irmão de Jesus, que era chamado Cristo, cujo nome era Tiago, e alguns outros [ou alguns de seus companheiros] e, quando havia formulado uma acusação contra eles como transgressores da lei, ele os entregou para que fossem apedrejados.
                               Além de Josefo existem outros 10 escritores não cristãos que citam Jesus em suas obras, estes escritores são: Josefo; Tácito, historiador romano; Plínio, o Jovem, político romano; Flegon, escravo liberto que escrevia histórias; Talo, historiador do século I; Suetônio, historiador romano; Luciano, satirista grego; Celso, filósofo romano; Mara bar Serapion, cidadão reservado que escrevia para seu filho; e o Talmude.
Reunindo todas as dez referências não-cristãs, vemos que:
1.Jesus viveu durante o tempo de Tibério César.
2.Ele viveu uma vida virtuosa.
3.Realizou maravilhas.
4.Teve um irmão chamado Tiago.
5.Foi aclamado como Messias.
6.Foi crucificado a mando de Pôncio Pilatos.
7.Foi crucificado na véspera da Páscoa judaica.
8.Trevas e um terremoto aconteceram quando ele morreu.
9.Seus discípulos acreditavam que ele ressuscitara dos mortos.
10.Seus discípulos estavam dispostos a morrer por sua crença.
11.O cristianismo espalhou-se rapidamente, chegando até Roma.
12.Seus discípulos negavam os deuses romanos e adoravam Jesus como Deus.
                O que isso nos fala sobre o NT? Diante de tal fato, as fontes não-cristãs confirmam o NT. Embora os autores não-cristãos não digam que acreditam na ressurreição de Jesus, eles relatam que os discípulos certamente acreditavam nela.
                Para verificar se o NT é um registro fidedigno da história, precisamos responder a duas perguntas em relação aos documentos que compõem o NT:
1.Temos cópias precisas dos documentos originais que foram escritos no século I?
2.Esses documentos falam a verdade?
Para que se possa acreditar na mensagem do NT, essas duas perguntas precisam ser respondidas de maneira afirmativa. Não basta simplesmente apresentar evidências de que possuímos cópias precisas dos documentos originais do século I (pergunta 1), porque tais documentos poderiam contar mentiras.
Devemos ter uma cópia precisa dos documentos e termos razões para acreditar que esses documentos descrevem aquilo que realmente aconteceu cerca de 2 mil anos atrás (pergunta 2). Vamos começar com a pergunta número 1.
PERGUNTA 1: TEMOS CÓPIAS PRECISAS?
                               No caso do Novo Testamento várias pessoas testemunharam acontecimentos do NT de modo independente, muitas das quais os registraram em sua memória, e nove dessas testemunhas oculares/contemporâneas registraram suas observações por escrito.
                               Neste momento, precisamos esclarecer um conceito errado muito comum sobre o NT. Quando falamos dos documentos do NT, não estamos falando de um único texto, mas de 27 textos. Os documentos do NT são 27 documentos diferentes, escritos em 27 rolos diferentes, por nove autores, num período de 20 a 50 anos. Esses textos específicos desde então foram reunidos em um único livro que hoje chamamos Bíblia. Desse modo, o NT não é uma fonte única, mas uma coleção de fontes.
                               Como se verifica a confiabilidade de um documento antigo? Toda literatura significativa do mundo antigo é reconstituída à sua forma original ao se comparar os manuscritos que sobreviveram. Para reconstruir-se o original, é muito útil termos um grande número de manuscritos produzidos não muito tempo depois do original. Maior quantidade de manuscritos e manuscritos antigos normalmente nos dão um testemunho mais confiável e geram condições para uma reconstrução mais precisa.
No caso do  NT, os documentos do NT possuem mais manuscritos, manuscritos mais antigos e manuscritos mais abundantemente apoiados do que as dez melhores peças da literatura clássica combinadas.
                               Mais manuscritos. De acordo com a última contagem, existem cerca de 5.700 manuscritos gregos do NT escritos à mão. Além disso, existem mais de 9 mil manuscritos em outras línguas (e.g., siríaco, copta, latim, árabe). Alguns desses quase 15 mil manuscritos são bíblias completas, outros são livros ou páginas, e somente alguns são apenas fragmentos. Não existe nada no mundo antigo que sequer se aproxime disso em termos de apoio a manuscritos. A obra mais próxima é a llíada, de Homero, com 643 manuscritos. A maioria das outras obras antigas sobrevive com pouco mais de uma dúzia de manuscritos
                                O NT não apenas desfruta de um amplo apoio dos manuscritos, como também possui manuscritos que foram escritos logo depois dos originais.
                               Os fragmentos mais antigos foram encontrados numa caverna que, anteriormente, fora identificada como uma que possuía material cuja datação variava de 50 a.C. a 50 d.C. O primeiro estudioso a identificar esses fragmentos antigos como livros do NT foi José O'Callahan, um destacado paleógrafo espanhol. O New York Times reconheceu as implicações da teoria de O'Callahan ao admitir que, se eles fossem verdadeiros, "então provariam que pelo menos um dos evangelhos — o de S. Marcos — foi escrito apenas alguns anos depois da morte de Jesus".
                               Qual é a idade do mais antigo manuscrito de um livro completo do NT? Manuscritos que formam livros inteiros do NT sobreviveram a partir do ano 200 d.C. E quanto aos mais antigos manuscritos do NT completo? A maioria dos manuscritos do NT, incluindo os quatro evangelhos, sobrevive desde o ano 250, e um manuscrito do NT (incluindo um Antigo Testamento em grego), chamado Códice Vaticano, sobrevive desde o ano 325. Vários outros manuscritos completos sobrevivem desde aquele século. Esses manuscritos possuem ortografia e pontuação características que sugerem ser parte de uma família de manuscritos que pode ter sua origem entre 100 e 150 d.C.
Se esses numerosos e antigos manuscritos fossem tudo o que os estudiosos possuíssem, poderiam reconstruir o NT original com grande precisão. Mas eles também possuem abundantes evidências de apoio do mundo antigo que fazem a reconstituição do NT ser ainda mais precisa.
Grande quantidade de manuscritos de apoio. Começando em fevereiro do ano 303 d.C., o imperador romano Diocleciano promulgou três editos de perseguição aos cristãos porque acreditava que a existência do cristianismo estava rompendo a aliança entre Roma e seus deuses. Os editos pediam a destruição das igrejas, dos manuscritos e de livros, assim como a morte dos cristãos.
                               Centenas, se não milhares, de manuscritos foram destruídos por todo o Império Romano durante essa perseguição, que durou até o ano 311. Mas mesmo que Diocleciano tivesse sido bem-sucedido em varrer da face da Terra todos os manuscritos bíblicos, ele não poderia ter destruído nossa capacidade de reconstruir o NT. Por quê? Porque os pais da igreja primitiva — homens dos séculos II  e III como Justino Mártir, Ireneu, Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano e outros — fizeram tantas citações do NT (36.289 vezes, para ser exato) que todos os versículos do NT, com exceção de apenas 11, poderiam ser reconstituídos simplesmente de suas citações.
                               Para encerrar o texto que já ficou extenso demais para tempos de twitter  de 140 caracteres quero propor uma reflexão:
                               Porque os apóstolos de Cristo morreriam por uma mentira? A tradição nos relata que Pedro foi crucificado de cabeça para baixo; Paulo decapitado; Tiago – irmão de Jesus – torturado, Estevão apedrejado, porque se negaram a negar Cristo.
                               Como 9 autores diferentes (falando apenas do NT) em 27 livros escritos num período de cerca de cerca de 50 anos dariam um jeito para arranjar os escritos em sincronismo?
                               Após a ressureição de Cristo ele foi visto 18 vezes, em uma única aparição por mais de 500 pessoas, alguns chamam isso de ilusão coletiva, você acha que acreditar que mais de 500 pessoas tiveram a mesma ilusão ao mesmo tempo é mais racional do que Cristo ter ressuscitado dos mortos?
                               Realmente a ressureição de Cristo não faz sentido a nossa razão; como não faz sentido alimentar uma multidão com dois peixes e cinco pães; como não faz sentido andar sobre as águas; a própria vida DELE não nos faz sentido quando pensamos com a razão, por isso tenho fé.
                               C.S Lewis no livro Cristianismo puro e simples escreveu:
Cristo afirma ser "humilde e manso", e acreditamos nele, sem nos dar conta de que, se ele fosse somente um homem, a humildade e a mansidão seriam as últimas qualidades que poderíamos atribuir a alguns de seus ditos.
Estou tentando impedir que alguém repita a rematada tolice dita por muitos a seu respeito: "Estou disposto a aceitar Jesus como um grande mestre da moral, mas não aceito a sua afirmação de ser Deus." Essa é a única coisa que não devemos dizer. Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral. Seria um lunático - no mesmo grau de alguém que pretendesse ser um ovo cozido — ou então o diabo em pessoa. Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser um louco, pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou pode prosternar-se a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas que ninguém venha, com paternal condescendência, dizer que ele não passava de um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não quis deixá-la.
                               Faça sua opção, Ele optou por você.



[i] Abro um parêntese aqui para dizer que creio que isto acontece por conta do período conhecido como cristandade em que a igreja dominou o mundo e lhe impôs regras, o principal alvo do controle da igreja foi justamente a “academia”, nenhum cientista poderia declarar nada contrario aos dogmas da igreja sem correr o grave risco de ser assassinado como bruxo. Com a “libertação” da sociedade deste período com as revoluções (em especial a francesa) a academia resolveu dar o troco e demonizar a igreja. 



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